Governo Fátima Bezerra vê ‘desvio de dinheiro’ na Ceasa, que era administrada por Theodorico Bezerra Neto, aliado politico e auxiliar da atual gestão

Depois de se envolver em uma polêmica com a ex-secretária da Casa Civil da gestão Robinson Faria (PSD), Tatiana Mendes Cunha,  após ter postado nas redes sociais um post insinuando haver “fraude e superfaturamento” nos contratos da administração anterior, o governo Fátima Bezerra volta a fazer denuncias sem provas contra gestões passadas. Desta vez, o retrovisor do “denuncismo” foi  comandado pela Controladoria Geral do Estado (CONTROL), que proclamou através do portal “Grande Ponto” haver “indícios de graves irregularidades, desvios de dinheiro e má aplicação de recursos públicos”  na Central de Abastecimento do Rio Grande do Norte (CEASA).

Um pequeno detalhe:  A CEASA foi administrada por um aliado e auxiliar de governo de Fátima Bezerra, o  suplente de Senador, Theodorico Bezerra Neto (PCdoB), que hoje é presidente do IPEM, mas serviu ao governador Robinson Faria até março de 2018.

Como perguntar não ofende, os “desvios de dinheiro e a má aplicação de recursos públicos” foram feitos na gestão de Theodorico Neto na CEASA?

Se não foram, quem foi, afinal, o gestor anterior que protagonizou o que a CONTROL chamou de “graves irregularidades”?

O fato é que no atual governo, cada secretário declara o que quer, da forma que quer, mesmo quando se trata de denuncias sem apresentação de provas, feitas tão somente com base na retórica dos auxiliares de governo, que não seguem uma política de comunicação e em sua maioria são desprovidos de experiência para o relacionamento com a imprensa.

Aliás, o governo Fátima Bezerra tem mostrado uma rara competência com relação à nomeação de secretários inexperientes.

Quando não, aproveita mal e coloca no limbo nomes com excelente potencial, como o do ex-deputado estadual Fernando Mineiro (PT), que daria um excelente interlocutor com a Assembleia Legislativa, mas vem sendo tratado como “um peso” pelo atual governo.

Por falar nisso, onde andam petistas históricos e bem preparados, como o ex-deputado Júnior Souto e o ex-vereador Hugo Manso, esse último com trânsito livre nas mais diversas áreas sociais e econômica?

Até mesmo Adriano Gadelha, um bom quadro do PT, umbilicalmente ligado à Fátima Bezerra, está fora do governo.

No mercado da Redinha, entre uma ginga com tapioca e outra, comenta-se que ele, Adriano, virou “babá” do senador neófito Jean Paul Prates, como o objetivo de evitar que Prates coloque as “mangas de fora” e faça besteiras.

Parece ser uma missão difícil essa de Adriano…

Blog do FM

MPRN desvenda dinheiro desviado no esquema envolvendo servidores fantasmas na Assembleia Legislativa do RN era sacado na agência bancária da Casa

O Ministério Público do RN desvendou que o dinheiro desviado no esquema envolvendo servidores fantasmas na Assembleia Legislativa do RN era sacada na agência bancária da Casa. O esquema está sendo investigado dentro da Operação Canastra Real, que prendeu seis pessoas nesta segunda, 17. Entre elas, foi presa a chefe de Gabinete da Presidência da Casa Legislativa, Ana Augusta Simas Aranha Teixeira de Carvalho.

O MPRN desvendou o crime praticado pelo grupo por meio de informações contidas na fita detalhe da agência bancária localizada na sede da Assembleia Legislativa, obtida mediante a quebra de sigilo bancário. Além dos saques com valores idênticos, o material bancário mostrava que os investigados efetuavam saques em sequência, geralmente no mesmo atendimento, sendo que, ao final, o numerário dos vários saques era somado e retirado integralmente.

Mesmo tendo aberto contas em uma modalidade que ensejaria uma série de benefícios aos correntistas, diferentemente do padrão, esses servidores optavam por não contratar cartões de crédito e aderiam a um serviço de controle financeiro que era enviado para o endereço indicado por eles: a residência de Ana Augusta Simas e em um imóvel comercial do advogado Sérgio Augusto Teixeira de Carvalho, parente de Ana.

Além disso, a investigação do MPRN aponta que os saques não teriam sido realizados pelos titulares das contas bancárias, mas por meio de uma única pessoa e com determinação uniforme.

Em depoimento ao MPRN, um bancário que trabalhou na agência existente na Assembleia Legislativa confirmou o esquema criminoso. Esse funcionário relatou que nos dias de pagamento da Assembleia, o banco aprovisionava mais de um R$ 1 milhão, diante da peculiaridade da agência pagar, por meio de saques, os salários em espécie. A testemunha disse ao MPRN que Ana Augusta Simas exercia o “controle” sobre o grupo de pessoas investigadas. O somatório dos saques efetuados nas contas dos integrantes do grupo era acondicionado em um envelope e entregue a um deles, provavelmente aquele que era atendido por último e, por vezes, entregue à própria Ana Augusta, que permanecia na agência no momento do atendimento.

O MPRN também aponta, na investigação, a divergência entre as assinaturas de alguns titulares de contas bancárias. Algumas dessas rubricas têm consideráveis semelhanças com as de Ana Augusta Simas. Em depoimento ao MPRN, já após a deflagração da Operação, os próprios servidores reconheceram que algumas assinaturas não são deles.