Donas do Plantão” alertam para o risco de acidentes envolvendo a criançada nas férias escolares

2023 está logo ali. Período de férias escolares para a criançada que aproveita para ‘chutar o balde’, literalmente, quando o assunto é se divertir. Com a pausa nos estudos, os pequenos utilizam o tempo livre para brincar e muitas famílias aproveitam o nosso extenso e exuberante litoral para fazer passeios e veranear.

Esse período de diversão também é marcado pelo aumento dos acidentes envolvendo crianças e jovens, é o que chamam atenção as “Donas do Plantão”, três irmãs enfermeiras emergencistas, com mais de 30 anos de atuação.

Enfermeira do SAMU há mais 10 anos, Patrícia Meireles ressalta que os acidentes costumam acontecer em situações e ambientes em que várias pessoas estão presentes, como festas de família e confraternizações. “Nesses eventos, os adultos costumam supervisionar superficialmente as crianças, acreditando que outro adulto pode estar “de olho”. Na verdade, a supervisão frágil e inconstante gera riscos gravíssimos para acidentes como o afogamento, por exemplo”, alertou Patrícia que também é mestre em Educação em Saúde.

Priscila Meireles, mãe de um bebê de 6 meses e também enfermeira emergencista da SAMU, lembra: “todos os dias, em média, 9 meninas e meninos brasileiros perdem a vida em decorrência de acidentes. Quando analisamos os dados de morte é possível verificar que os acidentes que mais tiram a vida de crianças de 0 a 14 anos atualmente são: Acidentes de trânsito, Afogamento e Sufocação ou engasgo”.

Por sua vez, Polliana Meireles, a mais nova das três irmãs, comenta: “As quedas são os acidentes que mais causam internações. Elas podem acontecer em diversas situações cotidianas, como queda do sofá, cama, janelas, lajes, parquinhos e até mesmo por tropeções. Usualmente, a supervisão constante previne essas situações”.

As Donas do Plantão respondem as principais dúvidas sobre o assunto:

– Por que os acidentes envolvendo crianças são tão frequentes?
O conceito de acidente envolve todo acontecimento não intencional, de origem externa, que resulta em lesões físicas e/ou emocionais, em ambientes domésticos ou sociais. Somado a este conceito, na cultura brasileira, o acidente é compreendido como algo inevitável, que acontece por acaso. Contudo, é impreterível que a sociedade compreenda que este evento pode ser evitado ou controlado, por resultar de um conjunto de fatores previsíveis e evitáveis.

Na idade pré-escolar, principalmente (entre 3 e 6 anos) as crianças estão especialmente expostas aos acidentes associados a causas externas e fatores como a curiosidade natural, o espírito de independência e o despreparo quanto a capacidade de identificar riscos e cuidar de si fazem com que elas se exponham à situações que podem levar a acidentes graves.

E pensando nos acidentes envolvendo crianças, quais são os mais frequentes?
Em todo o mundo, 1 milhão de crianças morrem por causas acidentais anualmente, o que é considerado uma epidemia global, segundo a Safe Kids Worldwide. Entretanto, apesar de muito comuns na infância e de o senso comum tratá-los como algo inevitável, 90% dos acidentes podem ser evitados com medidas simples de prevenção.

E diante desse cenário, o que fazer? Há algo a ser feito?
A palavra mandatória sempre será PREVENÇÃO! A educação em saúde consiste em aproximar a comunidade da consciência e através dessas informações, auxiliar na melhora dos cenários. Além do número de mortes diárias por situações PREVENÍVEIS, as internações hospitalares de crianças de 0 a 14 anos costumam ser causadas por outros tipos de acidentes, como quedas, queimaduras, intoxicações (ingestão de substâncias) e acidentes com armas de fogo.

E quais ações práticas podem ser eficazes, pensando em prevenção?
Sem sombra de dúvidas, a supervisão constante. Aqui no Nordeste, diferente do contexto geral do Brasil, a principal causa de morte em crianças até 14 anos são os acidentes envolvendo afogamento.

O afogamento é uma situação silenciosa. Uma criança que se afoga não faz barulho, não consegue gritar. Ela estará submersa e em dois minutos, seu pequeno cérebro já estará sendo desligado. Sua vida dependerá essencialmente de alguém que seja capaz de estar presente, identificar a situação e instituir manobras de ressuscitação, caso haja um afogamento verdadeiro.

Conheça: as DONAS DO PLANTÃO
As DONAS DO PLANTÃO possuem mais de 30 anos de atuação e desenvolvem um forte trabalho na área de educação para enfermeiras e sociedade. Além das áreas de urgência e emergência, as irmãs desenvolvem um forte trabalho na área de desenvolvimento de liderança, postura e atitude de enfermeiras em todo o país. As DONAS do Plantão entendem que a enfermeira é o centro do ecossistema de cuidados, a beira leito constante, a peça estratégica quando se considera a necessidade de cuidados relacionados à saúde, no macro e no micro, dentro e fora dos hospitais.

Compartilhe:

Deixe um comentário