Passageiros do submarino notaram falha 1 min antes de implosão, diz especialista

Um especialista espanhol usou as informações públicas sobre a implosão do Titan, submersível que levava turistas para ver os destroços do Titanic, para reconstruir o que pode ter ocorrido no dia 28 de junho, domingo em que o veículo desapareceu 105 minutos depois de começar a descida, na costa nordeste do Canadá.

Segundo José Luis Martín, engenheiro que trabalhou em um submarino turístico, os dados divulgados indicam que, em uma profundidade de cerca de 1.700 metros, uma falha elétrica afetou os mecanismos que davam estabilidade ao Titan —fator-chave para esse tipo de veículo.

Sem a propulsão que o mantinha na posição correta, o submarino pendeu na direção em que a tripulação estava e caiu verticalmente, “como uma pedra”, no oceano durante 48 a 71 segundos.

Nessas circunstâncias, o piloto não teria conseguido acionar a alavanca de segurança —que, segundo o engenheiro, não era adequada. O relatório foi produzido a pedido da revista espanhola Nius.

Foram 900 metros de queda que sujeitaram o veículo a um aumento súbito de pressão. “O casco sofreu uma contração instantânea que não foi acompanhada pelo material da janela, que era de outra natureza, e ao não haver semelhança de deformação, produziu-se uma microfissura que permitiu a entrada de água a tal pressão que gerou uma implosão instantânea”, disse Martín à publicação.

Folha de S. Paulo

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