A Câmara municipal de Curitiba votou, em primeiro turno, pela cassação do vereador Renato Freitas (PT) – foram 25 votos a favor e 7 contrários à perda de mandato, além de uma abstenção. Uma outra votação acontece nesta quarta-feira (22).
O parlamentar virou alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar após participar de uma manifestação pelos assassinatos de Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho, organizada pelo Coletivo Núcleo Periférico, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Caso o segundo turno repita o resultado, a sanção será aplicada imediatamente, pois não há mais recursos para o vereador na Câmara. A defesa dele ainda pode recorrer na justiça. Mas, caso não seja atingido os 20 votos mínimos necessários para a perda do mandato, o caso será arquivado.
Freitas e sua defesa não compareceram ao julgamento. Os advogados do vereador questionaram a legalidade da sessão, que segundo eles foi “precipitada e irregular”.
“Se a sessão for mantida, a defesa julga ilegal, e pode inclusive sujeitar o presidente da Câmara a consequências de improbidade administrativa, abuso de autoridade e violação das prerrogativas da advocacia”, diz o texto compartilhado pelas redes sociais do vereador.
Sobre o caso
O caso remete a uma manifestação na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no dia 5 de fevereiro, no centro histórico de Curitiba, pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio, espancado até a morte aos 24 anos. Na ocasião, a invasão da igreja foi liderado pelo vereador do PT Renato Freitas que entrou no templo e bradou palavras de ordem como “racistas” e “fascistas”, ignorando os pedidos do padre para que cessassem o tumulto.
O caso provocou comoção nacional e o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para acenar a seus apoiadores religiosos e pediu uma investigação dos responsáveis pelo ato. Por outro lado, na esquerda o episódio foi lido internamente como um tiro no pé, já que os vídeos do vereador petista invadindo a igreja viralizaram e passaram a ser utilizada para atacar o ex-presidente Lula, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Uol
Compartilhe: