O mundo político está em efervescência. Enquanto os limites das normas eleitorais permitirem, diálogos, acertos e muitas águas vão rolar entre as siglas partidárias. Com a instituição das federações partidárias, certas composições não agradarão a todos. Estas ainda podem constituir alianças com partidos isolados. O PT espera formalizar uma federação com PSB, PV e PCdoB e costura uma aliança com PSD, que, no Rio Grande do Norte, é comandado pelo ex-governador Robinson Faria.
Recentemente, foi divulgado que, em meio aos acenos entre o pré-candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, para aliança já no primeiro turno da corrida eleitoral, lideranças de 16 estados da sigla resistem ao acordo nacional com os petistas. De acordo com estes cálculos eleitorais, que levam em conta os diferentes cenários regionais, o mais conveniente, para a maioria dos dirigentes, seria uma postura neutra ou candidatura própria — há ainda uma minoria que defende o alinhamento ao projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Independentemente da aliança com PT, Robinson Faria namora com o PP e deve mesmo deixar o PSD. Em contato com a assessoria do partido, nos foi revelado que “ainda não temos essa informação confirmada”. Porém, não houve resposta para quem fala pelo Diretório Estadual da sigla. Para entender o que pensa o PSD local sobre uma possível aliança com o PT, a reportagem do AGORA RN conversou com a vereadora de Natal, Camila Araújo, presidente do PSD Mulher no Rio Grande do Norte.
Camila foi enfática ao afirmar que o seu partido não fará qualquer aliança com o PT da governadora Fátima Bezerra. Com relação à Presidência,a vereadora é adepta ao que pensa outros 15 diretórios regionais: ser neutro ou ter candidato próprio. “Nossa avaliação segue o pensamento já manifestado por outros diretórios no sentido de que o partido deve encaminhar uma candidatura própria ou, em segundo caso, se manter neutro em relação à disputa presidencial. Já em âmbito local podemos afirmar que não existe possibilidade alguma de aliança com o PT”, enfatizou.
O que se percebe, em âmbito nacional, é que o pré-candidato do PSD, senador Rodrigo Pacheco (MG), tem preferido a discrição. Além da possibilidade do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), cotado para ser vice-presidente da chapa de Lula, migrar para o PSD, o que atrelará definitivamente a legenda ao petista. Por outro lado, o próprio presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, que tem perfil parecido com o de Geraldo Alckmin, poderá compor chapa com o petista Lula.
Matéria publicada no Correio Braziliense afirma que, enquanto o PSD não se decide, Lula trabalha para pavimentar a inclusão dos pessedistas no arco de alianças que está construindo ao ajustar as alianças para os governos estaduais. No encontro com o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), a ideia foi fechar um acordo sobre quem encabeçará a chapa para a disputa ao governo estadual, se o deputado Fábio Mitidieri (PSD) ou o senador Rogério Carvalho (PT).
Em Minas Gerais, o líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes, afirmou que não abre mão de concorrer ao Senado, o que frustra planos do PSD. As duas siglas costuram alianças nos campos estadual e nacional. O PT não terá candidato a governador e deve apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Em troca, espera lançar Lopes para o Senado. O impasse, de acordo com o Portal Metrópoles, é que o senador Alexandre Silveira, do PSD, também quer concorrer. Silveira é o braço direito do presidente do Senado e pré-candidato à presidência da República pela sigla, Rodrigo Pacheco.
No Rio de Janeiro, o pré-candidato do PDT ao Palácio, Ciro Gomes, afirmou que já fez um entendimento de que é local com o PSD. “Não tem a ver com a questão nacional ainda, de um pré-entendimento entre o PDT, do Carlos Lupi, e o PSD, do Eduardo Paes, de marchamos juntos para oferecer ao povo do Rio de Janeiro uma alternativa de governo”, apontou.
Diante do impasse, Kassab se movimenta para filiar e lançar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao Planalto. O movimento sepultaria a aliança entre PT e PSD no primeiro turno.
Agora RN
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