Psicólogas explicam que acompanhamento evita frustrações para os jovens e suas famílias
Paira sobre os jovens a dúvida acerca de qual carreira seguir ao fim da trajetória escolar. Diante dessa realidade, escolher um curso superior pode gerar muita hesitação e ansiedade. Em 2022, começará a ser implantado o Novo Ensino Médio, e as dúvidas dos estudantes sobre carreiras serão antecipadas. Especialistas frisam a importância da orientação vocacional para uma escolha mais assertiva e congruente com o perfil pessoal, a fim de evitar frustrações.
Em Natal, a Orientar – Avaliação Psicológica Vocacional oferece aos jovens e suas famílias a oportunidade de melhor identificar as potencialidades. A atuação consiste em um conjunto de técnicas que visam à identificação de características individuais, como habilidades, potencialidades, formas de agir/reagir, desejos e possibilidades, que devem estar alinhados com o perfil profissional.
Novo Ensino Médio
O Novo Ensino Médio é um modelo de aprendizagem por áreas de conhecimento que permitirá ao jovem optar por uma formação técnica e profissionalizante. Ao fim do período, o aluno receberá, além do certificado regular, o certificado do curso técnico ou profissionalizante que cursou.
Renata Brito, psicóloga especialista em Avaliação Psicológica, Educação Inclusiva e Especial e Neuropsicologia, encarrega-se da investigação das características de personalidade, além dos interesses e habilidades profissionais por meio da testagem psicológica. Segundo a profissional da Orientar, a preocupação com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), após a conclusão do Ensino Médio, será precedida pela apreensão referente ao novo sistema adotado pelas instituições educativas na última etapa da educação escolar.
A orientação vocacional pode ser individual ou em grupo. Nela, Renata explica que são usadas estratégias que visam ao autoconhecimento, informações sobre as mais distintas áreas do conhecimento, aliando tudo à testagem psicológica e direcionamentos clínicos, recursos que são restritos ao psicólogo. O trabalho possibilita a reflexão e identificação a respeito de qual seria a profissão mais adequada a cada perfil.
A entrada no Ensino Médio costuma acontecer por volta dos 15 anos de idade. “Trata-se de um período de amadurecimento em diversos aspectos. Não se revela fácil lidar com mudanças no corpo. Em adição a isso, haverá a escolha desse novo formato da educação brasileira”, coloca a psicóloga.
Ainda de acordo com ela, um dos maiores obstáculos é a imaturidade emocional. “O jovem precisará amadurecer em relação às suas afinidades, habilidades e, sobretudo, desejos. Com a pouca idade, isso não será fácil”, avalia.
Ansiedade
Previsto em uma lei aprovada em 2017, o sistema do Novo Ensino Médio começa a ser implementado em 2022, em todo o país, nas escolas públicas e privadas. As mudanças começarão pela 1ª série dessa etapa de ensino. A principal mudança é que os alunos terão que cumprir os chamados itinerários formativos, que podem começar a ser ofertados em 2022, mas só serão obrigatórios a partir de 2023. Além disso, os estudantes terão que dedicar mais horas ao Ensino Médio: as quatro horas diárias atuais passam para, no mínimo, cinco.
Katiuce Gurgel, psicóloga clínica da Orientar, é a responsável pelo cuidado clínico das necessidades e características de personalidade de cada jovem. Ela diz que, caso a escolha não seja assertiva, surge a opção de troca. “Para isso, a escola deve estar preparada para acolher e ajudar nessa mudança. É por isso que a orientação se revela crucial para uma escolha assertiva e condizente com o perfil de habilidades, afinidades e anseios”, explica.
Segundo ela, os jovens terão uma antecipação do conflito que geralmente aparece entre a 2ª e a 3ª série. “Isso surgirá já no 9º ano. Dependendo de como a escola se organizará, o estudante tenderá a escolher a área em que seguirá de maneira muito antecipada, de forma precipitada, o que pode ser prejudicial e difícil, além de reforçar a importância da orientação vocacional para auxiliar os estudantes que apresentem hesitação na escolha do caminho que irá traçar ainda no Ensino Médio”, conclui Katiuce.
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