Se havia curiosidade sobre as atuais posições políticas do presidente DEM no estado, o ex-senador José Agripino Maia, elas viraram fumaça nessa sexta-feira, 23, durante entrevista dele a Diógenes Dantas, no jornal da 96 FM.
Mais direto do que de costume, Agripino disse, por exemplo, que o Democratas perdeu mais com as saídas do partido de Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo, e de Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, do que de seu primo e ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Afirmou que não há a menor possibilidade de uma fusão entre DEM, PP e PSL, que até chegou a ser conversada, mas inviabilizou-se com o possível ingresso de Ciro Nogueira no governo Bolsonaro. Deplorou quem acredita na possibilidade de que militares melem as eleições ao comprar a tese “absurda” de que existe fraude nas urnas eletrônicas.
E comparou à polarização política no País, tendo em vista as eleições presidenciais, a um voo tomado recentemente pelo presidente Bolsonaro, que nas primeiras fileiras tinha gente gritando “mito, mito” e no fundo gente respondendo “genocida, genocida”.
Conclusão dele: “No meio do avião ninguém falava nada, só ficava olhando. Assim é o centro no Brasil”. Para muitos um sumido da cena política, Agripino revelou que está mais aceso do que nunca, conversando dia sim e outro também com alguma personalidade nacional, como os presidenciáveis Ciro Gomes, Henrique Mandetta e, como não poderia deixar de ser, com ACM Neto, presidente nacional de seu partido.
Sobre voto impresso, Agripino disse que se trata de um debate “fora de esquadro” e que o Brasil não é uma republiqueta de bananas para tratar desse assunto, concordando com uma declaração recente do vice presidente Hamilton Mourão.
Sobre uma aventada aliança dos emedebistas Garibaldi Filho com a governadora Fátima Bezerra, o ex-senador foi enigmático: “Tem certas coisas que são como a mistura de água e óleo, parece boa no começou mas quando começa a aquecer dá problema. Precisa perguntar ao povo o que ele acha”. Sobre uma possível aliança entre MDB e PT no Rio Grande do Norte, Agripino, que não conversa com Garibaldi há 15 dias, têm suas dúvidas.
“Até onde eu sei, não percebi essa proximidade toda, embora não ache impossível”. Agora, ele alerta: “O que não pode mais é o Rio Grande do Norte viver do que já foi. Sou revoltado com isso. Há 10 anos, a Paraíba olhava para o RN de baixo e uma década depois conseguiu mudar tudo: no turismo, na própria indústria, nos serviços. Hoje, a Paraíba nos passou em quase tudo”, desabafou.
Agora RN
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