Uma verdadeira reviravolta política poderá acontecer no cenário potiguar para o pleito do próximo ano. O ex-governador, ex-senador e ex-ministro Garibaldi Alves Filho poderá figurar como candidato a vice-governador na chapa de Maria de Fátima Bezerra.
Conhecido por sua humildade peculiar, Garibaldi até poderia ser candidato ao Senado na chapa com Fátima, mas desde que isso facilitasse a vitória da governadora.
Porém, como existe a possiblidade de reaproximação do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, com a governadora, Garibaldi poderia ceder a vaga do Senado para o filho de Agnelo e ser acomodado como vice da filha de Dona Luzia.
Dessa forma, ficaria assim a chapa governista: Fátima Bezerra candidata à reeleição com Garibaldi Filho como vice e Carlos Eduardo como o senador de Fátima.
Seria um duro golpe nos planos da oposição no RN.
Garibaldi tem uma história na política potiguar, um nome que dispensa apresentação e de grande penetração no interior do Estado. Seu partido, o MDB, conta com mais de 40 prefeitos e dezenas de vereadores espalhados nos quatro cantos do Estado.
Com a candidatura de Garibaldi na chapa com Fátima, o primo Henrique Alves não iria manifestar nenhuma oposição e o MDB seguiria fortalecido e coeso para unir o verde e o vermelho.
Com Carlos Eduardo na chapa majoritária de Fátima, neutralizaria o eleitorado de Natal e até poderia minimizar a ação do prefeito da capital, Álvaro Dias. Dessa maneira, o grupo governista tiraria prováveis candidatos ao Governo pela oposição, como o próprio Garibaldi e Carlos Eduardo e retiraria toda a sustentação eleitoral que poderia fortalecer o grupo oposicionista.
“É a chapa dos sonhos. Não tem pra ninguém.” Disse um observador da cena política com trânsito nas mais diferentes correntes e vertentes do cenário potiguar.
Um governista perguntou: “Será que Garibaldi aceitaria ser vice de Fátima?” A pergunta faz sentido.
Afinal, pela história e pela carreira política, um governador de dois mandatos, senador de dois mandatos, aceitar ser candidato a vice não é pra qualquer um.
Mas Garibaldi é diferente. Ele faria o gesto sem nenhum constrangimento. É seu estilo. É natural. E também há um detalhe que não pode ser deixado de lado: Caso Fátima seja reeleita, não irá concluir o segundo mandato; renuncia para disputar o Senado e entregaria o Governo ao vice, que poderia encerrar sua carreira política como governador do Estado.
Quanto ao projeto do filho Waltinho, este não seria afetado. Pelo contrário. Ganharia um palanque fortíssimo para manter seu povo e garantir sua reeleição.
Esse desenho ainda está sendo rabiscado, mas poderá ganhar arte final muito em breve.
Por Túlio Lemos
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