E quando todos os brasileiros já estiverem vacinados e assim considerados imunizados, e se ainda assim alguém vier a morrer de COVID 19, de quem será a culpa? E quando daqui a um ano começarmos a vermos os partidos se mobilizando em todo país com o objetivo de elegerem seus candidatos que montaram e desmontaram os hospitais de campanha mesmo com o índice de contaminação em alta? Eu só imagino como será daqui a um ano.
Daqui a um ano muitos ainda chorarão pela saudade dos seus entes queridos que partiram por cauda deste vírus maldito. Daqui a um ano imagino que as aulas retornarão, embora imagino que crianças, professores e adolescentes ainda estarão usando suas máscaras e passando álcool em suas mãos. Penso que os cumprimentos entre amigos terão algumas restrições, sem muitos apertos de mãos, sem muitos abraços; e os sorrisos ainda estarão por trás das máscaras.
Mas, diante de tudo isso, eu não quero imaginar que o povo brasileiro esquecerá que seus prefeitos e governadores impediram que o povo trabalhasse julgando eles que os seus serviços não eram essenciais, ou seja, levar o alimento para casa não era essencial no auge da pandemia. Espero que daqui a um ano não venhamos esquecer que uns poucos respiradores foram comprados por cinco milhões de reais, mas a pandemia acabou e eles nunca chegaram. Daqui a um ano vamos nos lembrar que podíamos lotar ônibus e trens, mas não podíamos ir às igrejas pedir ao Deus Criador que nos socorresse.
Daqui a um ano vamos nos lembrar que um pequenino ser vivo que só é visto somente por microscópio parou o mundo, impediu jogos, competições esportivas, impediu movimentos políticos no seu tempo habitual, impediu festas entre amigos e familiares, mas, daqui a um ano vamos nos lembrar que tivemos esperança e nos fortalecemos no Deus Criador, pois eu imagino que vamos nos lembrar que embora a ciência tenha feito sua parte, a nossa fé no Filho de Deus nos deu paz em meio a dor. Às vezes me pego pensando como será daqui a um ano.
Texto: Gleyber Miranda
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