Início da década de 50, desembarcava na estação ferroviária de Baixa Verde, o casal Manoel e Antônia Lopes, trazia consigo além de uma bolsa de couro, 03 filhos: Esteferson, Efigenio e José Lopes. Eram tempos difíceis, a família oriunda de Antenor Navarro (PB), buscava dias melhores na promissora Baixa Verde. Na rua do cemitério em uma casa simples, criavam seus filhos, a subsistência vinha da comercialização de grãos e retalhos de roupas.
O primogênito “Godinha” crescia, estudou no José da Penha onde concluiu o 8° ano. Cedo então, enveredava pelo caminho político, sua maneira de interagir com todos, simplicidade facilitou. Ao se destacar como zagueiro do boca junior (futebol local), tornou se mui amigo do saudoso Manoel Anacleto (in memoriam), prefeito na época e amante do esporte. Com reconhecido espirito público, foi assessor dos prefeitos: Manoel Anacleto, Chico da Bomba e Valdir Miranda. Paralelo a isto, no ramo de corretor, desbravava às terra de nossa cidade, loteando chão e ajudando pessoas a terem suas posses de terra e construírem suas moradias.
Neste trageto, surge o Goda, o campeão, grande homem, o melhor, em fim… Na verdade ele só não queria ser chamado do seu nome original: Esteferson.
Esposo e pai de 03 filhos: Emikson, Esteferson Júnior e Emiliany, o campeão mostrou que era realmente um campeão. Criou seus 03 filhos, ensinando com honradez, instruindo, disciplinando e lutando para junto com nossa mãe, darnos sempre o melhor. O melhor para ele, era nos conduzir a estudar, dizia: Estude, seja militar, doutor, engenheiro…Interessante só não dizia para sermos políticos.
Lembro de algo que o entristeceu, em 1988 não conseguiu se eleger vereador, aqui pra nós, eu também me entristeci muito. Neste período, era que nos instruia mais à estudar, e assim, seus filhos fizeram.
Sua decepção e continuidade na política, ao meu ver, comprometeu sua saúde, seus dias, suas ações e emoções. Mas o “campeão” fazia jus ao nome, seus filhos e netos é prova viva disso, filhos lograram êxito nos estudos (concursados na previdência, militar e pedagogia), netos buscam a carreira de doutores. Interessante, seguindo suas instruções!
Concluo este breve histórico e homenagem, fiel aquilo que ouvi e em parte vi. Na certeza de que meu pai cumpriu sua missão como um campeão. Trago no peito, na alma, talvez o sentimento de que por vezes, falhei como filho e por isso, tive a oportunidade de em vida lhe pedi perdão.
Nunca esquecerei que sou sua continuidade, sua descendência, por isso e por tudo, agradeço ao meu Deus pelo o senhor meu pai: Esteferson, Goda, Godinha, Campeão, Grande Homem…
Emikson, filho de Goda!